domingo, 27 de março de 2011

Educação ou piada?


      Como descrevo no meu perfil sou professor e estou de licença devido a todos os absurdos que todos podem verificar se avaliarem a educação bem de perto e observar o quanto ela está piorando. Antigamente tínhamos pessoas que eram apenas técnicos e tinham a competência que alguns universitários não têm hoje. Cada nível de estudo está servindo para tapar falhas cognitivas do nível anterior, sendo que muitas não conseguem ser superadas. A violência e o desrespeito está aumentando a cada dia, professores estão sendo mortos, ameaçados, agredidos, xingados, violentados moralmente dentro e fora da sala de aula. Isto acontece não apenas pela ação dos alunos, mas por colegas de trabalho, gestores e pela própria Secretária de Educação, que defendem o discurso, o aluno não pode ser reprovado, a reprovação traumatiza, tira o estímulo do aluno, a culpa da reprovação sempre é do professor que não conseguiu despertar o interesse do aluno. Agora pergunto quantos alunos da década de 70 e anteriores foram reprovados por centésimos isto mesmo centésimos, são alunos que dentro de uma média que era mais alta que a atual, chegando até 7 por unidade, conseguiam 6,99 e eram reprovados, sendo que todos hoje são pessoas normais e muito responsáveis, com raras exceções, tendo nível profissional e intelectual muito maior que de alguns que terminam hoje o Nível Médio e são analfabetos funcionais. Tive durante este período inúmeros alunos que não conseguiam ler um texto sem gaguejar, sendo ainda incapazes de descrever o que tinham lido após terminar a leitura. Hoje na rede pública a média sendo 5 por unidade, o aluno deve completar 20 pontos em um ano, mas muitos são aprovados com até 3 pontos durante todo o ano, isso mesmo, 3 pontos, principalmente no noturno, onde a velha política do pobre coitado reina. Quando os professores não fazem as mágicas da multiplicação das notas o conselho de classe reúne todos os professores com as almas mais caridosas do mundo e aprovam o aluno que filavam aula, que não sabe ler, escrever, calcular de forma satisfatória, não respeita horários e datas, com o seguinte argumento ele não vai melhorar, então não temos o direito de prender este aluno aqui. Será que então é justo lançar no mercado alguém que não possui a capacidade mínima de competir de igual pra igual com outros alunos. Será que o noturno serve apenas pra enfeitar a parede de uma dona de casa ou de uma futura doméstica. Pois se o aluno quiser realmente melhorar de vida vai ter que ralar muito depois, para tomar cursos e mais cursos, ou até mesmo refazer o segundo grau, para aprender o que deveria ter aprendido na primeira vez. Será que o aluno do noturno não está cursando o mesmo curso que os demais alunos, será que é justo empurrar um profissional ao mercado, que não tem competência de tirar um 5, que dentro do mundo atual é uma total mediocridade, pois em nenhum concurso público o aluno passa com esta média. Enquanto o diurno as aulas tem 50 min, no noturno tem 40, sendo que ninguém quer ficar nos últimos horários, nem o diretor que geralmente nem vai durante a noite, nem muitos vice-diretores, fechei o colégio várias vezes, pois terminava minha aula após as 22 horas, sendo que a maioria das salas estava vazia as 21. Mais uma das mágicas da educação os professores conseguem estar em duas salas ao mesmo tempo e dar suas aulas, conseguindo portanto dar 5 aulas em 3 horários.

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